A crescente demanda por um novo perfil de gestor e o desafio da sociedade brasileira em atendê-la num curto prazo

 

A crescente demanda por um novo perfil de gestor e o desafio da sociedade brasileira em atendê-la num curto prazo

Entre tantas mudanças que vivemos, uma coisa continua igual: instituições públicas e privadas, laicas e religiosas, com ou sem fins lucrativos, continuam (e continuarão) dependendo de resultados para se manterem e crescerem. A grande diferença é que além da geração desses resultados, agora a sociedade exige:

  • Sustentabilidade socioambiental. Há grupos de investidores que decidiram aportar recursos somente em empresas certificadas pela ESG (Environment, Social and Governance), que atesta a capacidade de operação sustentável.
  • Saúde física e emocional para as pessoas. Cada vez mais uma questão indiscutível. Além do fator humano envolvido, as doenças ocupacionais geram globalmente prejuízos anuais acima de US$ 1 trilhão.

No centro dessa “roda viva” encontra-se o gestor, que continuará sendo o principal guardião da produtividade, do controle de custos e da rentabilidade, só que num ambiente muito mais desafiador.

Desse ser humano, inserido nesse contexto de crescente complexidade espera-se, de um lado, que lide com a Inteligência Artificial, sendo capaz de julgar e tomar decisões a partir de uma infinidade de variáveis e cenários projetados. A expectativa é de que ele tenha pensamento crítico, que significa olhar um problema a partir de perspectivas diferentes, fazer as perguntas certas para identificar as causas e buscar soluções. Ele também tem que saber negociar, conciliando as diferenças e coordenando suas ações de acordo com as ações de outros.

De outro lado, que possa gerir pessoas, sejam essas de sua equipe, seus gestores ou clientes. Agora com um “tempero” a mais: isso passa a ser feito de forma remota e presencial.

Para exercer esse lado do papel, além das competências já citadas, o gestor terá que agregar ainda uma boa capacidade de gestão do tempo, de se comunicar de forma empática às vezes e assertiva outras; gerir conflitos de forma positiva, planejar e executar adequadamente. Complementando o cardápio, coragem para implantar de forma prática o hábito da delegação, com empowerment e accountability de verdade.

E delegação coloca foco em outra importante questão: a capacitação técnica e comportamental dos profissionais nos níveis de base. Até que ponto essas pessoas estão preparadas para serem delegadas? A maioria das pessoas no interior das organizações, grandes ou pequenas, ainda respira o “ar saturado” do comando & controle, sem nunca ter sentido o “frescor” da autonomia e responsabilização, que gera desenvolvimento pessoal e aumenta a capacidade para propor melhores soluções em uma espiral ascendente.

Como pano de fundo desse cenário, para falarmos da realidade brasileira, temos uma educação formal extremamente deficitária em relação ao ensino do pensamento crítico, capacidade de julgamento e tomada de decisão, negociação e coordenação de ideias, comunicação empática e assertiva, gestão positiva de conflitos, planejamento e execução. Sem contar que curso superior nenhum capacita a gerir pessoas.

Para o Brasil competir no cenário global futuro, muito tem de ser corrigido do modelo atual de educação, porque não basta só investir, tem que investir do jeito certo.  Por outro lado, qualquer impacto positivo de um novo modelo de educação, só será percebido quando as gerações futuras de gestores (e geridos) estiverem no mercado.

E como atender à crescente demanda por esse novo perfil de gestor, hoje? É urgente abreviar o caminho, criar atalhos simples, práticos e consistentes para aportar essas competências na geração atual de gestores (e geridos).

Há um rico debate sobre a mesa. Convidamos você a participar.

 

Carlos Henrique Cezar

Sociólogo, Administrador e Especialista em Desenvolvimento Humano
Sócio Executivo e Consultor da operação brasileira da Dynargie

Comentário

Deixe um comentário

4 × 4 =

XHTML: Você pode usar: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Siga-nos nas redes