O potencial humano e a tecnologia (parte 1)

O potencial humano e a tecnologia

Relatório de Mary Meeker sobre a internet mostra as tendências da tecnologia e o desenvolvimento das pessoas nesses avanços

É indiscutível que a evolução tecnológica influencia diretamente em nosso modo de vida. Por essa razão, o mundo todo aguarda ansioso para escutar a poderosa Mary Meeker. Anualmente, a ex-analista de títulos de Wall Street é responsável por apresentar o relatório de tendências da internet. O conteúdo é denso e enriquecedor para todos os setores, e não só para quem atua com a web. Neste ano, dentre os diversos assuntos, destacamos a análise sobre o potencial humano diante da tecnologia.

Mary Meeker aponta em sua apresentação os motores do desenvolvimento econômico. Sua análise traz dados desde o século passado até os anos mais recentes. Tudo isso para abordar de forma lúcida o que vem acontecendo com o campo, a indústria e o poder computacional. Afinal, será que no futuro os robôs dominarão o mundo?

Quem é Mary Meeker

Para entender as análises sobre o potencial humano e a tecnologia, precisamos conhecer antes quem é a mulher por trás desse estudo. Mary Meeker é, para uns, uma verdadeira bruxa, pela sua incrível capacidade de enxergar o presente e prever o futuro. Por essa mesma destreza é também considerada a Rainha da Internet. Mas o que ela realmente faz nada tem a ver com bruxaria ou reinado. “Sou uma investidora – em pessoas, ideias e negócios”, diz Mary Meeker.

Em seu currículo, traz a experiência em atuar em grandes bancos de investimentos, o Salomon Brothers e o Morgan Stanley. Foi uma das poucas analistas de Wall Street a ganhar notoriedade através de suas pesquisas com foco em tecnologia. Em 2010, uma mudança na sua carreira trouxe um novo desafio que encara até hoje: é sócia da Kleiner Perkins Caufield & Byers. A carreira brilhante e bem-sucedida colocou Meeker na lista da Forbes, como a 77ª mulher mais poderosa do mundo.

As mudanças do mundo digital

Um dos assuntos abordados no relatório de 294 páginas de Mary Meeker é o potencial humano e a tecnologia. O tema é levantado com dados que expressam os avanços tecnológicos ao longo dos anos. A inegável presença de mais e novos produtos traça os impactos e uma viagem sem passagem de volta rumo ao futuro.

Em casa, no trabalho, nas cidades e nos campos, a tecnologia se mostra presente. É claro que isso não é nenhuma novidade. Entretanto, o que os dados mostram é a presença digital cada vez maior e com grande aceleração. Tudo isso apenas confirma a era das transformações com o empurrãozinho da internet.

Os impactos da tecnologia nos empregos

Historicamente, a evolução da vida acontece desde os primórdios. Os desafios que intrigam o homem têm estimulado o potencial humano e provocado as transformações evolutivas. De acordo com o relatório, atualmente, progresso ganha ritmo contínuo, fazendo do mundo digital uma inevitável realidade.

A extinção de empregos

Todo esse desenvolvimento impacta em diversos aspectos o nosso dia a dia. Um quesito, em especial, está diretamente ligado ao potencial humano diante do mundo digital: o trabalho. Com a evolução, muitos empregos que atravessaram séculos não conseguiram resistir e permanecer na era das mudanças.

No Brasil, a produção de cana de açúcar é um nicho que ilustra bem esse contexto. Hoje, máquinas substituem milhares de cortadores de cana, que por anos trabalharam arduamente debaixo de sol. Com a tecnologia, um único operador se tornou capaz de fazer a mesma atividade que diversos homens e mulheres realizavam no passado. Embora ainda existam trabalhadores nessa função, a escassez de vagas se torna mais evidente a cada dia.

A criação de empregos

Enquanto alguns empregos se tornam parte do passado, outras ocupações são o presente e o futuro. Por séculos a agricultura foi a principal fonte laboral, mas hoje, o crescimento se apresenta bastante diferente. Esse posto foi passado para o setor de serviços, que está a todo vapor. Afinal, o potencial humano diante da tecnologia se reinventa e explora outras estradas.

Frente a tantas transformações, novas posições foram naturalmente criadas no mercado de trabalho. Os social medias que o digam, um ofício do século XXI que elucida bem a atualidade. É uma espécie de resumo das revoluções e impactos concebidos pela tecnologia no mundo todo. De quebra, além do trabalho, também inclui a vida pessoal de cada pessoa.

O tema pode trazer à tona também o conflito de gerações, que costuma enlouquecer os profissionais de RH. Os avanços da ciência geram pessoas diferentes a cada década – talvez, a cada ano daqui para frente. Por essa razão, lidar com profissionais de diferentes épocas é uma pauta bastante recorrente. A influência de toda a tecnologia surpreende toda a cadeia. Um bom exemplo disso está em uma pergunta simples: quantos pais ou avós entendem verdadeiramente as novas profissões?

Evolução global

De forma lúcida e com grande maestria, Mary Meeker esclarece uma evolução tecnológica global. Embora os dados apresentados sejam baseados no cenário norte-americano, a realidade é mundial. Tanto é que a repercussão desse relatório ecoa em todos os países, com belos encaixes. Isso inclui também o Brasil, que se adequa muito bem aos desenhos formados pelos gráficos publicados.

Ainda há mais alguns pontos importantes sobre o potencial humano apontado no relatório que merecem ser discutidos. Por isso, em nosso próximo post, você vai conferir a segunda parte desta publicação. O futuro está logo ali e saber das tendências é primordial para viver os novos tempos e aproveitar a era das transformações. Aguarde!

O valor da Employee Experience

Employee Experience

Descubra porque o alinhamento entre employee experience e estratégia de pessoas é fundamental para o sucesso

A importância da employee experience foi o tema de um encontro de especialistas realizado pela Amcham e que contou com o patrocínio da Dynargie Brasil. Em pauta, a evolução do que antes se resumia a administrar a contratação e a retenção de talentos, para um constante processo de geração de significado para os colaboradores.

Pesquisas de clima e o engajamento medem a employee experience?

O clima e o engajamento fazem parte da employee experience, mas não resumem toda a experiência do colaborador. Pesquisas que medem esses índices têm sido iniciativas bastante comuns para tentar avaliar como os colaboradores estão vivenciando aquilo que as empresas oferecem para eles no dia a dia. Mas nos tempos atuais, de troca e acesso às informações com apenas um clique e em tempo real, os dados obtidos por esses estudos já não são suficientes – e chegam com certo delay.

Outras formas de acompanhar o employee experience

É por essa razão que, na Willis Towers Watson, é adotada a Escuta Ativa: “Escuta Ativa é simples, rápida e permite ter informações sempre atualizadas”, defende Erika Graciotto, Leader of Employee Insights da empresa. Com ela, se viabilizam pesquisas ágeis, que envolvem menos pessoas, áreas e temas para obter um termômetro em tempo real e com custo reduzido. Assim, é possível implementar pesquisas ligadas a marcos específicos, envolvendo todo o ciclo do colaborador da empresa para gerar uma visão única sobre a sua experiência. “Por exemplo, perguntar para quem completou um ano de casa como essa pessoa foi recebida, se ela teve todos os recursos, se a promessa de contratação que foi feita pra ela foi cumprida, como ela vê as oportunidades de desenvolvimento e carreira…”, exemplifica Erika.

Pesquisas de engajamento continuam sendo importantes

É claro que as pesquisas de engajamento continuam sendo importantes, mas hoje precisam do apoio de novas estratégias para que sejam uma base efetiva de tomada de decisão e planejamento. Dentre os principais fatores que levam as empresas a aplicarem pesquisas de engajamento elencados por Erika, figuram os listados a seguir. Eles sinalizam que a cultura ainda está apegada ao modelo tradicional de pesquisa, com um olhar de “retrovisor”. Por isso, para o futuro, a expectativa é de pesquisas totalmente alinhadas com as necessidades do negócio, sem a preocupação de avaliar a evolução ponto a ponto.

  • 54% alinhamento da cultura organizacional
  • 46% identificar pontos fortes e fracos na experiência do colaborador
  • 45% melhores decisões em programas e políticas de gestão de pessoas
  • 41% medir a efetividade da liderança
  • 24% aumento da produtividade e eficiência
  • 18% mensuração do impacto de mudanças organizacionais
  • 17% articular a Proposta de Valor ao Empregado (EVP)
  • 15% ouvir sugestões de melhora
  • 14% comparar resultados da empresa com o mercado
  • 9% demonstrar que a empresa de preocupa com os colaboradores
  • 5% redução de turnover
  • 5% monitorar as metas de engajamento como parte da estratégia de remuneração variável

 

Mas o que é exatamente employee experience?

Os principais elementos que compõem a employee experience são:

Propósito

Ponto principal do employee experience, representa o significado para o trabalho, para o negócio, para as pessoas e os clientes.

Talent Value Proposition

O que será oferecido para as pessoas e o que se espera em troca?

Ciclo de vida

Quando, como e em quais momentos haverá mensuração?

Employer brand

Como as pessoas veem e sentem as experiências oferecidas pela organização.

Estratégia de pessoas

Como a empresa prioriza e entrega a employee experience.

Cultura e valores

Ambiente para que a employee experience atinja seu potencial máximo e entregue os resultados esperados.

 

A employee experience e a cultura organizacional

Para Marcelo Carvalho, Diretor de RH da SAP Brasil, employee experience é, antes de tudo, uma experiência de consumidor. Por isso, é preciso pensar em adaptar os processos e as estratégias a um mundo mais digital e em transformação. “Um dos pilares da employee experience na SAP é a simplificação. Ou seja, olhar estratégia, organização, produtos e processos sem perder o foco na cultura.” Afinal, se você acertar a cultura, aumentará o esforço discricionário dos colaboradores em até 30%. Isso significa que eles passam a fazer algo a mais simplesmente pelo prazer de tê-lo feito bem feito.

Na SAP, a cultura organizacional se baseia em 5 pilares:

  • Falar a verdade – transparência
  • Ficar curioso – mundo em constante transformação
  • Abraçar diferenças – diversidade
  • Manter promessas
  • Criar pontes, não silos (unir, não segmentar)

A employee experience e a construção de significado

No Itaú, o conceito é de que a hiperconexão transforma as relações, gerando novas relações entre as pessoas, com o consumo e com o trabalho. Se antigamente o desejo era de estabilidade profissional, hoje o que move as pessoas é o propósito, significado: 70% acreditam que o trabalho tem que agregar algum valor e 80% trabalham ou querem trabalhar com algo em que realmente acreditam.

“Hoje não perdemos a disputa pelos melhores talentos apenas para nossos concorrentes, mas para qualquer empresa que ofereça uma experiência interessante. O Google, por exemplo, é uma empresa que já nasceu com um propósito e tem uma experiência muito diferenciada”, explica Fábio Armani, Superintendente de RH do Itaú. “Se nosso propósito é estimular o poder de transformação dos colaboradores, a experiência deles passa a ser uma coisa relevante para a gente”, completa.

Toda essa reflexão representa a revolução que a experiência do colaborador vem sofrendo ao logo do tempo. Saímos do conceito de utilidade, passando para o de produtividade, evoluímos para o engajamento e chegamos ao propósito. Cabe a cada empresa pensar em como não apenas trabalhar a aquisição de talentos e a sua employer brand, mas também em toda a jornada do colaborador e em como todos podem evoluir em conjunto, trazendo perspectivas de crescimento que sejam verdadeiramente coletivas.

Como o storytelling pode ajudar no engajamento de colaboradores

Storytelling para engajar colaboradores

Dynargie oferece ferramentas para viabilizar a técnica do storytelling nas empresas, aumentando a criatividade, a imaginação e melhorando a comunicação

Histórias bem contadas e cativantes são absorvidas e lembradas com grande facilidade. Afinal, você consegue se recordar com clareza daquela reunião que aconteceu três meses atrás? Mas com certeza, é capaz de contar com detalhes o filme incrível que assistiu no ano passado, certo? Partindo desse princípio, as organizações começaram a perceber que a aplicação do storytelling no ambiente de trabalho pode ajudar no engajamento de colaboradores.

Mas o que é storytelling?

Storytelling é a capacidade de contar uma história de forma envolvente, utilizando palavras, métodos ou recursos audiovisuais que visam transmitir um conteúdo para informar, agregar valor, ensinar ou mesmo simplesmente entreter. Para comprovar todos os créditos dados a essa técnica, o jornalista Rob Walker comprou 200 objetos com um investimento de US$ 129,00. Depois, ele convidou 200 escritores para que escrevessem sobre cada item. Após adicionar uma história, os produtos foram vendidos, rendendo o valor bruto total de US$8.000,00 – obtendo mais de 6.000% de lucro!

Onde usar storytelling?

Com todo esse potencial, não é à toa que a técnica é bastante utilizada em publicidade e marketing. Mas, isso não limita os enormes poderes das narrativas e de seu aproveitamento em outras áreas. É justamente isso que aos poucos começa a ganhar força no mundo corporativo, sendo usufruído de diversas maneiras e em várias situações, como no treinamento de colaboradores, no endomarketing e na comunicação interna, no fortalecimento da cultura organizacional, entre outros.

Como a Dynargie aplica o storytelling?

Divulgar histórias interessantes tem o poder de motivar a equipe, incentivar o crescimento e o constante aprendizado e conectar pessoas. Para entender melhor e vivenciar esse universo das narrativas, a Dynargie Brasil oferece uma experiência lúdica com a metodologia Lego Serious Play empregada como ferramenta para o desenvolvimento do storytelling. Através de peças do brinquedo Lego, os participantes são convidados a fazer construções individuais ou em equipe que estimulam constantemente a capacidade de imaginação, criatividade e comunicação. O resultado dessa “brincadeira” séria gera insights, valida ideias, projetos e estratégias e traz inspirações para o melhor jeito de inserir as narrações e engajar os profissionais.

Ao colocarem em prática, algumas organizações resgatam o histórico dos fundadores ou o surgimento dos produtos, contando-os de modo simples e memorável. Outras, querem ouvir o próprio colaborador, convidando-o a compartilhar a sua experiência a fim de inspirar os demais colegas. Há também a criação de personagens que ganham vida e tornam os informativos, por exemplo, mais atraentes. São inúmeras as possibilidades, departamentos e ocasiões para que grandes heróis possam permear a sua gestão.

E você, como quer contar a sua história?

Como os profissionais e as empresas têm se preparado em um cenário cada vez mais dinâmico

Com o patrocínio da Dynargie Brasil, evento reúne especialistas para discutir como os profissionais e as empresas têm se preparado em um cenário cada vez mais dinâmico

O dinamismo do mundo, os avanços tecnológicos e a alta competividade do mercado exigem cada vez mais preparo dos profissionais para encarar esse cenário e lidar com as transformações, além de fazer com que as empresas também se adequem às mudanças. Por isso, o desenvolvimento dos colaboradores nas companhias é tão importante e foi colocado em pauta pelo Comitê de Gestão de Pessoas da AMCHAM (American Chamber of Commerce for Brazil) no encontro de especialistas realizado no dia 22 de novembro.

Com o patrocínio da Dynargie Brasil, o evento discutiu sobre as melhores práticas quando o assunto é treinamento, como a tecnologia pode contribuir e o que podemos esperar de ações num futuro próximo. Em pauta, a reflexão sobre o quanto estamos sendo desafiados diariamente para adquirir novas habilidades, as tendências e mudanças desse mundo dinâmico em que vivemos. O que vai nos diferenciar das máquinas é justamente a relação entre pessoas, é saber cuidar delas, se conectar, entender, servir, colaborar e tomar decisões.

Além da inteligência emocional e a gestão de pessoas, é preciso também estar preparado para se reinventar. Para isso, Alessandra Morrison, diretora de Recursos Humanos da Kimberly-Clark, elencou alguns fatores que devem cair em desuso como a organização piramidal. “Esse tipo de gestão tem premissas de que quem está no topo tem o poder de decisão e maior conhecimento e isso não funciona mais. O modelo que temos hoje é inspirado na estrutura piramidal da igreja na idade média”, explica. A saída para encarar a mudança está na aposta em redes colaborativas, as organizações como articuladoras de propósito e no capitalismo consciente.

O futuro do mercado de trabalho

E não são apenas as empresas que precisarão investir em sua própria reinvenção, muitas profissões poderão deixar de existir com as transformações dos negócios. Alessandra coloca como exemplo o projeto de carros auto-dirigíveis e que não colidem: não são apenas as seguradoras que precisarão se recriar diante dessa realidade, mas também, os colaboradores dessas empresas, além de motoristas, toda a cadeia produtiva desse segmento e, por consequência, a sociedade. É preciso ressaltar que os avanços da ciência são bons e impulsionam as transformações. “A tecnologia não tira o emprego. Ela comprovadamente, amplia, necessitando de repertórios diferentes”, afirma Glaucimar Peticov, diretora de Recursos Humanos do Bradesco.

E já que é preciso adquirir mais conhecimento, Glaucimar conta que o Bradesco tem usado a educação para transformar. O investimento no desenvolvimento da carreira é uma forma de encantar os seus colaboradores, que se engajam com o aprendizado. Ao mesmo tempo, a universidade da própria companhia forma profissionais de acordo com as inteligências de seu business.

Um caminho semelhante é seguido também pela Cielo, que oferece cursos e capacitações online em sua universidade para o colaborador aprender e buscar o seu desenvolvimento e, consequentemente, alcançar a meta de crescimento da corporação. Para isso, Sergio Saraiva Pontes, vice-presidente de Recursos Humanos da Cielo, explica que o uso de tecnologias como oferecer esse conhecimento por meio de plataformas de games e pelo celular auxiliam bastante e trazem um resultado positivo. “Essa experiência do jogo proporcionou um engajamento muito grande. Grupos de WhatsApp voluntariamente se formaram entre os participantes – incluindo pares, mentores e diretores de regionais – para discutirem sobre isso”, conta.

Poder – A base de todos os conflitos

O poder é o conceito fundamental das ciências sociais, da mesma forma que a energia é o conceito fundamental da física. Bertrand Russel

Tenho fascínio por esse tema. Em minha experiência como psicólogo, líder organizacional e coach, sempre considerei a questão do poder como central na compreensão das atitudes do ser humano, seja em qualquer contexto das relações.

Representado por sentimentos básicos como ciúmes, inveja, vaidade, medo ou nas reações e estratégias adotadas pelo homem para o domínio ou apenas à busca de um “lugar ao sol”, um sentimento de pertencimento e segurança.

Pais em litígio com filhos pela disputa de bens ou posições em empresas, profissionais que prejudicam colegas em busca de novos e mais altos cargos, patrões que humilham empregados, policiais que abusam da autoridade do cargo; políticos corruptos que se lambuzam com a condição de influência de seus cargos.

Até nas coisas mais simples onde as discussões do cotidiano são baseadas em quem tem mais razão, quem sabe mais, quem disse primeiro. Há estudos que demonstram que o poder é capaz de neutralizar, anestesiar os neurônios espelho, responsáveis pela empatia.

Nos cursos de formação de líderes não vemos esse tema ser discutido, o que me parece, no mínimo, curioso. Compreender a influência do poder nas suas próprias ações, conhecer o impacto que o exercício do poder irá promover em si mesmo, amadurecer seu emocional para lidar com o poder da forma adequada, entender o que esse fenômeno implica nas relações entre as pessoas, são questões de fundamental importância para um líder.

O poder pode ser algo incrível quando bem utilizado. Pode salvar vidas, influenciar pessoas para boas causas, ajudar no desenvolvimento de alunos, colaboradores, atletas. Pode fazer justiça, reverter o rumo de uma empresa ou país para o caminho certo.

Me surpreendi como existem poucos estudos realmente profundos sobre o tema. Em minhas pesquisas sobre este tema, tive a sorte de encontrar um estudo belíssimo, disponível na internet, realizado em uma tese de doutorado pelo autor Carlos José Bernardo da Silva Barracho, dirigido por José Vilas Nogueira. Um estudo amplo e completo sobre o poder intitulado: Estratégias de poder e autoridade em contextos sócio-políticos diferenciados.

Conhecer a si mesmo, passa por saber o uso que se faz do poder. Portanto, recomendo com veemência aos líderes que busquem compreender melhor esse fascinante e determinante aspecto de influência no comportamento humano. É justamente no exercício do poder que costumam vir à tona os defeitos recônditos da alma humana. “O poder revela o homem”, diz Aristóteles.

Maurício de Paula

Texto originalmente publicado na página Gestão de Carreira (Facebook)

 

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