Descubra porque o alinhamento entre employee experience e estratégia de pessoas é fundamental para o sucesso
A importância da employee experience foi o tema de um encontro de especialistas realizado pela Amcham e que contou com o patrocínio da Dynargie Brasil. Em pauta, a evolução do que antes se resumia a administrar a contratação e a retenção de talentos, para um constante processo de geração de significado para os colaboradores.
Pesquisas de clima e o engajamento medem a employee experience?
O clima e o engajamento fazem parte da employee experience, mas não resumem toda a experiência do colaborador. Pesquisas que medem esses índices têm sido iniciativas bastante comuns para tentar avaliar como os colaboradores estão vivenciando aquilo que as empresas oferecem para eles no dia a dia. Mas nos tempos atuais, de troca e acesso às informações com apenas um clique e em tempo real, os dados obtidos por esses estudos já não são suficientes – e chegam com certo delay.
Outras formas de acompanhar o employee experience
É por essa razão que, na Willis Towers Watson, é adotada a Escuta Ativa: “Escuta Ativa é simples, rápida e permite ter informações sempre atualizadas”, defende Erika Graciotto, Leader of Employee Insights da empresa. Com ela, se viabilizam pesquisas ágeis, que envolvem menos pessoas, áreas e temas para obter um termômetro em tempo real e com custo reduzido. Assim, é possível implementar pesquisas ligadas a marcos específicos, envolvendo todo o ciclo do colaborador da empresa para gerar uma visão única sobre a sua experiência. “Por exemplo, perguntar para quem completou um ano de casa como essa pessoa foi recebida, se ela teve todos os recursos, se a promessa de contratação que foi feita pra ela foi cumprida, como ela vê as oportunidades de desenvolvimento e carreira…”, exemplifica Erika.
Pesquisas de engajamento continuam sendo importantes
É claro que as pesquisas de engajamento continuam sendo importantes, mas hoje precisam do apoio de novas estratégias para que sejam uma base efetiva de tomada de decisão e planejamento. Dentre os principais fatores que levam as empresas a aplicarem pesquisas de engajamento elencados por Erika, figuram os listados a seguir. Eles sinalizam que a cultura ainda está apegada ao modelo tradicional de pesquisa, com um olhar de “retrovisor”. Por isso, para o futuro, a expectativa é de pesquisas totalmente alinhadas com as necessidades do negócio, sem a preocupação de avaliar a evolução ponto a ponto.
- 54% alinhamento da cultura organizacional
- 46% identificar pontos fortes e fracos na experiência do colaborador
- 45% melhores decisões em programas e políticas de gestão de pessoas
- 41% medir a efetividade da liderança
- 24% aumento da produtividade e eficiência
- 18% mensuração do impacto de mudanças organizacionais
- 17% articular a Proposta de Valor ao Empregado (EVP)
- 15% ouvir sugestões de melhora
- 14% comparar resultados da empresa com o mercado
- 9% demonstrar que a empresa de preocupa com os colaboradores
- 5% redução de turnover
- 5% monitorar as metas de engajamento como parte da estratégia de remuneração variável
Mas o que é exatamente employee experience?
Os principais elementos que compõem a employee experience são:
Propósito
Ponto principal do employee experience, representa o significado para o trabalho, para o negócio, para as pessoas e os clientes.
Talent Value Proposition
O que será oferecido para as pessoas e o que se espera em troca?
Ciclo de vida
Quando, como e em quais momentos haverá mensuração?
Employer brand
Como as pessoas veem e sentem as experiências oferecidas pela organização.
Estratégia de pessoas
Como a empresa prioriza e entrega a employee experience.
Cultura e valores
Ambiente para que a employee experience atinja seu potencial máximo e entregue os resultados esperados.
A employee experience e a cultura organizacional
Para Marcelo Carvalho, Diretor de RH da SAP Brasil, employee experience é, antes de tudo, uma experiência de consumidor. Por isso, é preciso pensar em adaptar os processos e as estratégias a um mundo mais digital e em transformação. “Um dos pilares da employee experience na SAP é a simplificação. Ou seja, olhar estratégia, organização, produtos e processos sem perder o foco na cultura.” Afinal, se você acertar a cultura, aumentará o esforço discricionário dos colaboradores em até 30%. Isso significa que eles passam a fazer algo a mais simplesmente pelo prazer de tê-lo feito bem feito.
Na SAP, a cultura organizacional se baseia em 5 pilares:
- Falar a verdade – transparência
- Ficar curioso – mundo em constante transformação
- Abraçar diferenças – diversidade
- Manter promessas
- Criar pontes, não silos (unir, não segmentar)
A employee experience e a construção de significado
No Itaú, o conceito é de que a hiperconexão transforma as relações, gerando novas relações entre as pessoas, com o consumo e com o trabalho. Se antigamente o desejo era de estabilidade profissional, hoje o que move as pessoas é o propósito, significado: 70% acreditam que o trabalho tem que agregar algum valor e 80% trabalham ou querem trabalhar com algo em que realmente acreditam.
“Hoje não perdemos a disputa pelos melhores talentos apenas para nossos concorrentes, mas para qualquer empresa que ofereça uma experiência interessante. O Google, por exemplo, é uma empresa que já nasceu com um propósito e tem uma experiência muito diferenciada”, explica Fábio Armani, Superintendente de RH do Itaú. “Se nosso propósito é estimular o poder de transformação dos colaboradores, a experiência deles passa a ser uma coisa relevante para a gente”, completa.
Toda essa reflexão representa a revolução que a experiência do colaborador vem sofrendo ao logo do tempo. Saímos do conceito de utilidade, passando para o de produtividade, evoluímos para o engajamento e chegamos ao propósito. Cabe a cada empresa pensar em como não apenas trabalhar a aquisição de talentos e a sua employer brand, mas também em toda a jornada do colaborador e em como todos podem evoluir em conjunto, trazendo perspectivas de crescimento que sejam verdadeiramente coletivas.