Talent acquisition: como as empresas atraem os profissionais ideais

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Especialistas discutem talent acquisition, a importância do branding employer, a necessidade de novas formas de atração e a diversidade

Com as mudanças globais, preencher vagas de trabalho virou um grande desafio para companhias no mundo todo. Se antes o processo era mais passivo, talent acquisition exige hoje um esforço cada vez maior dos recrutadores. E então surge a reflexão: o que as empresas estão fazendo para atrair os profissionais ideais? Por que o employer branding (trabalhar a marca empregadora) ganhou tanta importância na atualidade? Essas mudanças no recrutamento podem trazer resultados para a empresa?

Em busca das respostas, a AMCHAM (American Chamber of Commerce for Brazil) recebeu especialistas para debater sobre o assunto. Cases de sucesso, processos de mudança e diversidade enriqueceram o público com novos insights acerca de talent acquistion. O evento teve mediação de Elizabeth Rodrigues, presidente do Comitê de Gestão de Pessoas da entidade e patrocínio da Dynargie.

Employer branding e sua importância em talent acquisition

As mudanças no mundo corporativo e as novas gerações têm feito as empresas redesenharem a sua busca por profissionais. Hoje, os colaboradores querem encontrar no trabalho não só uma fonte de renda, mas uma realização pessoal. Ou seja, há uma necessidade de identificação com a companhia, de ser feliz nela e alcançar os objetivos.

Nessa nova realidade, o conceito de employer branding tem crescido progressivamente. “As pessoas precisam conhecer a empresa do ponto de vista de marca empregadora e não só do ponto de vista de produtos e serviços”, explicou Marcelo Torres, conselheiro e business developer da 99jobs. Isso também resultou no anseio das corporações em conquistar e despertar o desejo de trabalhar lá.

Mas, como employer branding pode ajudar no recrutamento de talentos?

Na atualidade, as pessoas escolhem onde querem trabalhar. Então, o melhor a fazer é mostrar o que elas querem saber, contando como é a rotina, os desafios e as oportunidades. Isso inclui pontos positivos e negativos da empresa. “Nós precisamos ser firmes e nos posicionar contando tanto o lado luz, como o lado sombra”, explanou Flavia Pilan, gerente de Recursos Humanos da Natura, responsável por talent acquistion.

E isso não afastaria os candidatos? O business developer da 99jobs afirma que não, pois supre a necessidade que as pessoas têm de obter informações reais. Além disso, ajuda a selecionar profissionais que estejam verdadeiramente interessados, porque os atrai por alinhamento. Então, não será uma surpresa para o recém contratado saber que precisará trabalhar aos fins de semana, por exemplo. E ninguém perde tempo com desistências na etapa final. Se a cultura estiver alinhada com as expectativas do candidato, o avanço nesse processo entre candidato e empregador é mais autêntico e promissor.

Por que as mudanças em talent acquisition são tão importantes?

As empresas estão começando a tomar consciência dessa nova situação no mercado de trabalho. Embora seja imprescindível acompanhar as mudanças, nem todos se convenceram ainda da importância dessa transformação em talent acquisition. Por que contratar gente como a gente? Patrícia Pugas, diretora executiva de gestão de pessoas do Magazine Luiza, responde dizendo que é melhor para os clientes. Ela acrescenta que isso ainda traz outros benefícios:

  • Melhora o clima/ ambiente de trabalho
  • Engajamento
  • Sustentabilidade dos negócios
  • Resultados
  • Produtividade
  • Reduz o turn over
  • “Fit cultural”

Patrícia explica que o “fit cultural” é uma conexão entre empresa e colaborador, na qual os interesses dos dois lados estão em harmonia. “Aquele profissional engravatado que quer ganhar rios de dinheiro não vai conseguir se encaixar em uma ONG. Dificilmente ele conseguirá se realizar lá”, exemplifica. Embora seja um dos quesitos mais difíceis de serem preenchidos, sua importância é enorme para obter sucesso na contratação.

Diversidade em talent acquisition

Quando o assunto é diversidade, todos os especialistas são categóricos: “está nos nossos valores”. Tanto no Magazine Luiza como na Natura, a diversidade é um tema presente no dia a dia e gerido com naturalidade. Dados mostraram a presença de negros, mulheres, mulheres líderes, apoio ao público LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos). e inserção de deficientes na rotina das empresas. “A diversidade traz mais resultados”, justificou Patrícia.  “Queremos chegar a 8% de pessoas com deficiência até 2020”, pontuou Flavia.

Como os profissionais e as empresas têm se preparado em um cenário cada vez mais dinâmico

Com o patrocínio da Dynargie Brasil, evento reúne especialistas para discutir como os profissionais e as empresas têm se preparado em um cenário cada vez mais dinâmico

O dinamismo do mundo, os avanços tecnológicos e a alta competividade do mercado exigem cada vez mais preparo dos profissionais para encarar esse cenário e lidar com as transformações, além de fazer com que as empresas também se adequem às mudanças. Por isso, o desenvolvimento dos colaboradores nas companhias é tão importante e foi colocado em pauta pelo Comitê de Gestão de Pessoas da AMCHAM (American Chamber of Commerce for Brazil) no encontro de especialistas realizado no dia 22 de novembro.

Com o patrocínio da Dynargie Brasil, o evento discutiu sobre as melhores práticas quando o assunto é treinamento, como a tecnologia pode contribuir e o que podemos esperar de ações num futuro próximo. Em pauta, a reflexão sobre o quanto estamos sendo desafiados diariamente para adquirir novas habilidades, as tendências e mudanças desse mundo dinâmico em que vivemos. O que vai nos diferenciar das máquinas é justamente a relação entre pessoas, é saber cuidar delas, se conectar, entender, servir, colaborar e tomar decisões.

Além da inteligência emocional e a gestão de pessoas, é preciso também estar preparado para se reinventar. Para isso, Alessandra Morrison, diretora de Recursos Humanos da Kimberly-Clark, elencou alguns fatores que devem cair em desuso como a organização piramidal. “Esse tipo de gestão tem premissas de que quem está no topo tem o poder de decisão e maior conhecimento e isso não funciona mais. O modelo que temos hoje é inspirado na estrutura piramidal da igreja na idade média”, explica. A saída para encarar a mudança está na aposta em redes colaborativas, as organizações como articuladoras de propósito e no capitalismo consciente.

O futuro do mercado de trabalho

E não são apenas as empresas que precisarão investir em sua própria reinvenção, muitas profissões poderão deixar de existir com as transformações dos negócios. Alessandra coloca como exemplo o projeto de carros auto-dirigíveis e que não colidem: não são apenas as seguradoras que precisarão se recriar diante dessa realidade, mas também, os colaboradores dessas empresas, além de motoristas, toda a cadeia produtiva desse segmento e, por consequência, a sociedade. É preciso ressaltar que os avanços da ciência são bons e impulsionam as transformações. “A tecnologia não tira o emprego. Ela comprovadamente, amplia, necessitando de repertórios diferentes”, afirma Glaucimar Peticov, diretora de Recursos Humanos do Bradesco.

E já que é preciso adquirir mais conhecimento, Glaucimar conta que o Bradesco tem usado a educação para transformar. O investimento no desenvolvimento da carreira é uma forma de encantar os seus colaboradores, que se engajam com o aprendizado. Ao mesmo tempo, a universidade da própria companhia forma profissionais de acordo com as inteligências de seu business.

Um caminho semelhante é seguido também pela Cielo, que oferece cursos e capacitações online em sua universidade para o colaborador aprender e buscar o seu desenvolvimento e, consequentemente, alcançar a meta de crescimento da corporação. Para isso, Sergio Saraiva Pontes, vice-presidente de Recursos Humanos da Cielo, explica que o uso de tecnologias como oferecer esse conhecimento por meio de plataformas de games e pelo celular auxiliam bastante e trazem um resultado positivo. “Essa experiência do jogo proporcionou um engajamento muito grande. Grupos de WhatsApp voluntariamente se formaram entre os participantes – incluindo pares, mentores e diretores de regionais – para discutirem sobre isso”, conta.

Comunicação é instrumento estratégico de gestão

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Gestão: evento patrocinado pela Dynargie Brasil reúne especialistas para discutir como estruturar uma comunicação integrada ágil, confiável e preocupada em fortalecer a cultura da empresa

O Comitê de Pessoas da AMCHAM (American Chamber of Commerce for Brazil), com o patrocínio da Dynargie Brasil, convidou especialistas para debater como se comunicar melhor e apresentar alguns cases de sucesso. Realizado em São Paulo, o evento colocou em pauta a importância da comunicação como instrumento estratégico de gestão, especialmente em uma era de conectividade, redes sociais, amplo acesso à informação e grande rapidez de acontecimentos.

A tecnologia ganha cada vez mais espaço e interfere nas mais variadas esferas da empresa, o que ressalta a necessidade de estruturar essa ferramenta para que ela seja integrada, confiável, coesa e preocupada em fortalecer a cultura corporativa. No cenário atual, até os mais simples avisos ao público interno e externo exigem um cuidado maior.

Cleide Oliveira, diretora de Recursos Humanos do Wallmart, apontou alguns desses principais desafios: agilidade digital, como sobrenome da comunicação interna (caso contrário, a “rádio peão” chega antes), relevância (se não houver interesse, não haverá aprendizado), formação de lideranças, pois líderes devem ser o braço direito do seu setor para que a informação chegue aos colaborares, transparência, independentemente se a notícia é boa ou ruim, ela deve ser direta, e atraente, a fim de estimular as pessoas a se interessarem pelo conteúdo. E a linguagem? “Não percam o seu sono montando uma comunicação específica aos mais jovens ou se adequar à geração X, Y ou Z. Ela deve ser para todos”, explicou.

E apesar da farta variedade de recursos tecnológicos e a facilidade gerada por eles para a gestão, a diretora do Walmart enfatiza: “Nada substitui a conversa face a face. Você pode ler qualquer artigo sobre comunicação, pegar os autores mais renomados e todos eles dirão que nada substitui a conversa”.

Ana Paula Franzoni, responsável pelo departamento Recursos Humanos para toda a área de vendas e trade marketing da Unilever, também concordou com a afirmação, dividindo com a plateia uma experiência vivida neste ano. A companhia conversou abertamente com os profissionais sobre a crise e lançou uma iniciativa chamada de “Liderando agora”, que busca aproximar os líderes das equipes e abrir a participação e o diálogo.

“Ouvimos que os vice-presidentes ficavam liderando do ‘Olimpo’ do 13º andar do prédio. Então, eles começaram a ir a campo e no mesmo mês já começamos a receber feedbacks positivos sobre a rapidez com que eles reagiram ao pedido”, contou Ana Paula. “Cultura organizacional nada mais é do que a percepção que o colaborador tem do que o líder está fazendo. ‘O líder está lá sentado no 13º andar, eu tô aqui, com medo de ser mandado embora, sem saber se vai ter corte’. Então, isso reduziu demais esses fantasmas”, explicou.

Essa aproximação também foi feita na Alelo, mas de forma um pouco diferente. Foi criado um Comitê de Comunicação, da qual eles trouxeram os influenciadores para perto e formalizaram a famosa “rádio peão”. “Você engaja o colaborador, desperta o interesse e automaticamente as coisas se tornam mais fluidas”, explicou Tatiana Cirqueira Feitosa, gerente de Recursos Humanos, acrescentando que ao mesmo tempo que essas pessoas usam suas habilidades de comunicação para informar as suas equipes, elas também trazem insumos para que se possa trabalhar e ganhar agilidade.

Exemplos como esses mostram como a comunicação deve deixar de ser transacional para se tornar estratégica, fortalecendo a companhia e a gestão com engajamento dos profissionais e driblando os desafios do mundo moderno.

Pesquisa mostra tendências e desafios das organizações e do RH

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Respostas vindas de 130 países ajudaram a identificar as mudanças mais significativas e a necessidade de redesenhar as empresas

As mudanças globais têm feito as empresas redesenharem os seus modelos de gestão e reajustarem a força de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Deloitte com gestores de Recursos Humanos em 130 países identificou tendências e desafios das organizações e do RH diante deste novo cenário.

De acordo com as mais de sete mil respostas obtidas durante o estudo, as transformações mais significativas para o setor são: mudanças demográficas, evolução da tecnologia digital, rápida inovação nos modelos de negócios e a alteração na relação empregador-empregado. O impacto dessa mutação no mundo todo é refletido no trabalho dos novos líderes, que deverão enfrentar a necessidade de apresentar soluções completamente diferentes das lideranças anteriores.

Parece até exagero, mas o assunto é sério. Para ilustrar esta realidade, basta lembrar da dificuldade que as empresas enfrentam hoje em lidar com as diferentes gerações e interesses de cada uma delas – da geração baby boomer (nascidos no pós-guerra entre 1946 e 1964), seguida pela X (1965 – 1977), e as que cresceram com os avanços tecnológicos: Y (1978 – 1990) e Z (1990 – 2010).

A internet, a tecnologia e o consequente acesso facilitado à informação formaram profissionais mais diversos e que tanto estão começando suas carreiras cada vez mais cedo, como também estão prolongando-as. O ambiente de trabalho físico e a rotina tradicional parecem perder força, enquanto gestões participativas, planos de carreira e uma nova forma de contrato entre colaborador e organização pedem mais atenção daqui para frente.

Neste novo quadro, a reestruturação e a reformulação na estrutura empresarial devem se adequar às mudanças ou sofrerão consequências. Isso significa proporcionar aprendizado e crescimento aos colaboradores, flexibilidade de horários e local de trabalho, usar a tecnologia a favor da equipe e criar um ambiente colaborativo a fim de formar uma força de trabalho engajada. Para isso, o RH terá uma função extremamente importante em gerir talentos e ser a peça-chave para que tudo isso aconteça, de fato.

Conheça as 10 tendências ranqueadas em ordem de importância na pesquisa:

Desenho organizacional – a ascensão das equipes
O despertar da liderança – gerações, equipes e ciência
Nova cultura – foco em estratégia
Engajamento – sempre ligado
Aprendizado – profissionais assumem o controle
Design thinking – como melhorar a experiência do funcionário
RH – inovação e maior visão estratégica mais ampla
People analytics – como ganhar agilidade nas decisões
RH digital – revolução, não evolução
Gig economy – distração ou ruptura?

Como aumentar a confiança dos colaboradores

Saiba como aumentar a confiança dos colaboradores

Muitos especialistas acreditam que aumentar e manter a confiança dos colaboradores é um dos elementos mais essenciais no trabalho. A presença desta virtude faz com que o ambiente se torne sinergético, harmonioso, cooperativo e eficiente, favorecendo a formação de verdadeiras equipes. Não é à toa que saber como aumentar a confiança dos colaboradores é um dos segredos das empresas bem-sucedidas, tornando as dicas a seguir valiosas para quem almeja crescimento e satisfação.

Saiba se comunicar

A comunicação tem um peso grande na balança, sendo, frequentemente, fator determinante no entendimento dos problemas e na descoberta de soluções. Para desenvolver esse hábito entre as pessoas, é fundamental que haja clareza e consistência das informações. A ausência delas confunde, provoca contradições e gera conflitos desnecessários.

Aprenda a escutar

Além disso, é preciso respeitar o outro e ficar atento à sua expressão. Ou seja, não basta apenas falar, é preciso escutar receptivamente seus colaboradores e querer entendê-los, muitas vezes, antes mesmo de ser compreendido. Essa é uma das bases para o engajamento e a construção de uma relação em que se pode confiar mutuamente.

Estimule o desenvolvimento das pessoas

Quem se dispõe a ensinar, compartilhar e ajudar o colega a se desenvolver demonstra que confia no outro, que quer o bem dele e que é digno de confiança. Por isso, estimule o compartilhamento de experiências e a troca de conhecimento. Todos saem ganhando!

Considere todos os colaboradores importantes

Quando cada integrante sente a sua importância para a equipe (independentemente de hierarquia), a confiança é estabelecida. Portanto, não interessa se é estagiário, temporário, sênior ou gerente, todos merecem a mesma consideração e respeito. Nesse quesito, é relevante que o exemplo dessa forma de tratamento venha da liderança para que seja propagada entre todos.

Abra a sua mente

Esteja aberto a absorver novas ideias, considerar outros pontos de vista, compreender opiniões diversas. Isso cria uma atmosfera construtiva e um ambiente seguro para expor conceitos. O autoritarismo e a inflexibilidade de lideranças que acreditam que tudo devem ser do jeito delas certamente estão com os dias contados.

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