Emoções no trabalho: são boas ou ruins?

Emoções no trabalho

Emoções no trabalho: demonstrar ou não, eis a questão. Por muito tempo, pessoas que expressavam seus sentimentos em ambientes corporativos eram vistas como frágeis e imaturas. Aliás, ainda são consideradas dessa maneira por grande parte da equipe. Mas, felizmente, esse cenário está mudando. Diversas pesquisas já mostraram que esconder o que se sente é prejudicial ao corpo e à mente. É claro que isso não significa que chefes que gritam, por exemplo, estejam certos. Está mais do que na hora das empresas olharem para o lado humano dos negócios e das pessoas aprenderem a usar a sensibilidade a seu favor.       

Emoções no trabalho: um grande tabu

As emoções no trabalho ainda são um grande tabu no mundo corporativo. Regras, etiqueta, cultura e costumes impõem muito receio nesse assunto.  Sentimentos como alegria, entusiasmo e motivação são muito bem-vindos todos os dias. “Mas com moderação, porque tudo em excesso não é bom”, diriam os mais conservadores. Por outro lado, a tristeza, a raiva e a insegurança são bastante malvistas dentro da companhia. “Devem passar longe, ainda mais se for um problema pessoal, porque aqui não é lugar para isso”, completariam.

Por que é um tabu expressar emoções no trabalho?

Todo esse preconceito se deve porque até o século passado acreditava-se que negócios deveriam ser puramente racionais. E como o labor sempre demandou seriedade, as emoções no trabalho nunca tiveram espaço. Mas com as recentes pesquisas e as novas gerações, isso está mudando. A passos lentos, mas está. Ainda há muitos entraves que favorecem essa cultura na atualidade.

O mercado exige muito mais que apenas um currículo impecável, mas também atitudes, comportamentos e personalidade para preencher uma vaga. E nesses requisitos não cabem angústias e melancolias. A competitividade e as demandas do dia a dia reforçam esse veto às emoções no trabalho.

Quais são os desafios para quebrar o tabu das emoções no trabalho?

Os banheiros continuam sendo os fiéis confessionários. Até hoje, as pessoas choram lá e sorriem em suas mesas. A questão é que a visão sobre as emoções no trabalho ainda é bastante errônea. Diante de uma lágrima ou de um descontrole emocional, por exemplo, o julgamento é sempre o mesmo: fraqueza, frescura, imaturidade, e por aí vai. Ou seja, para evitar esses olhares julgadores, o melhor é se calar. E se enfrentar esse estigma já é bem difícil para pessoas com mentes saudáveis, imagine para quem enfrenta doenças psiquiátricas, como burnout, depressão, síndrome do pânico etc. O preconceito é maior e vem acompanhando pelo estigma de “coitado”.

Emoções no trabalho: o lado humano dos negócios

O mundo corporativo vem mostrando algumas mudanças. Hoje, há líderes que se propõem a conversar, escutar receptivamente a sua equipe e empresas com culturas que fomentam a expressão. Porém, a caminhada é longa para deixar velhas culturas no passado. O que se sabe é que cedo ou tarde, será necessário zelar pelo bem-estar do colaborador. E isso implica, necessariamente, em oferecer suporte para que os profissionais consigam lidar com o turbilhão de sentimentos que é o ser humano.

Atualmente, olhar para o lado humano dos negócios é uma necessidade. Como sempre dizemos, empresas são feitas de pessoas. As transformações do mundo e a entrada das novas gerações mostram que é preciso fazer diferente. Os tempos são outros e as regras do passado já não cabem mais na atualidade. E é preciso mudar desde já para rebater a previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma que no próximo ano doenças emocionais serão o principal motivo de afastamento no trabalho.

Programa de gestão Play Well

Por essa razão, a Dynargie desenvolveu o programa de gestão Play Well. Os consultores adquirem conhecimento e ferramentas para gerenciar as tensões do dia a dia, acompanham os resultados e traçam um plano de ação em conjunto com os participantes. O objetivo é aprender a lidar com as adversidades e promover bem-estar no ambiente de trabalho.

Emoções no trabalho: quebre paradigmas

Muitas pessoas ainda acreditam que dentro do escritório devemos ser uma pessoa diferente da que podemos ser fora desse ambiente. É como se tivéssemos a obrigação de sermos sérios e focados dentro do escritório. No entanto, quando acaba o expediente, podemos ser brincalhões e irreverentes. Outra filosofia muito conhecida no mundo corporativo é a de que jamais devemos trazer problemas de casa para a empresa, assim como não se deve levar para a vida pessoal o estresse e as emoções do trabalho.

Acontece que essa teoria já se dissolveu há muito tempo. Os psicólogos e os psiquiatras já cansaram de apontar que agir dessa forma não dá certo e não faz bem. Esses especialistas afirmam também que uma pessoa saudável deve viver emoções o dia todo onde quer que ela esteja. Raiva, alegria, tristeza, ansiedade, medo, confiança etc. fazem parte do cotidiano e das emoções no trabalho. Sentir tudo isso é inevitável e até necessário.

Ademais, os novos tempos sugerem cada vez mais a fusão e o equilíbrio da vida pessoal e a carreira. Afinal, quem consegue deixar de se preocupar com o filho doente só porque está trabalhando? Ou então, ficar tranquilo em casa, mesmo querendo estudar um pouco mais para aquela apresentação no dia seguinte?

As emoções no trabalho diferenciam os humanos das máquinas

Lembre-se que as emoções no trabalho diferenciam os humanos das máquinas. São também os ingredientes para o futuro profissional. As habilidades e as características de homens e mulheres irão perdurar por mais alguns anos, pois os robôs ainda não são capazes de sentir. Ou seja, tenha sentimentos e use-os a seu favor.

Emoções no trabalho: assuma seus sentimentos

As emoções no trabalho são inerentes ao ser humano. Ou seja, se não há como deixá-las em casa ou no escritório, o jeito é admitir a sua existência. E já que essa capacidade é o nosso maior diferencial diante das máquinas, a questão agora é saber como lidar com todas essas sensações – e isso vale tanto para a vida profissional, como para a pessoal.

Como lidar com as emoções no trabalho?

O primeiro passo para lidar com as emoções no trabalho é simplesmente assumi-las. Portanto, ao invés de negar ou esconder a raiva, por exemplo, admita o que sente. Isso significa tomar consciência do sentimento naquele momento, mesmo que seja uma sensação inadequada ou indesejada. A partir deste ponto de partida é que começa uma viagem de autoconhecimento.

Conhecer a nós mesmos traz respostas importantes para contornar emoções no trabalho que podem nos prejudicar. Quando admitimos que estamos bravos, partimos para os próximos aprendizados.  O primeiro é ir adiante e saber como agimos e pensamos nessas condições e como percebemos que estamos nervosos. Depois, é hora de dar alguns passos atrás e descobrir as razões que nos deixaram naquele estado. Essa base de autoconhecimento dará o suporte para gerenciar as emoções no trabalho.

Reprimir as emoções no trabalho piora a situação

Os sentimentos são parte da nossa essência, compõem a nossa personalidade e nossos pensamentos. E nem sempre essas sensações são boas. As emoções no trabalho também podem ser bastante negativas em diversos aspectos. Contudo, reprimir não é a solução. Fingir que está tudo bem cria mágoas, rancores e traumas. Na hora ou ao longo do tempo, o comportamento pode se tornar inadequado.

Isso faz com que muitos profissionais se estressem no escritório e descontem isso em casa, prejudicando os relacionamentos. Há pessoas que viram uma panela de pressão e acabam criando um temperamento explosivo, virando chefes que lideram no grito ou colaboradores que se tornam submissos demais. Além das questões comportamentais, os males também se estendem à saúde, deixando o indivíduo vulnerável às mais diversas doenças.

Emoções no trabalho: inteligência emocional

Para concluir, finalizamos com a queridinha do mundo corporativo: a inteligência emocional. Uma característica importantíssima que deve ser desenvolvida para saber gerenciar as emoções no trabalho. Vale ressaltar que não se trata de evitar os sentimentos ou suprimir pensamentos, mas sim, de identificar, aceitar e usar a seu favor.

A inteligência emocional ajuda a usar os sentimentos, ainda que sejam negativos, em benefício próprio. Com esse atributo, é possível assumir o que se sente e canalizar essa energia para uma ação positiva. Por exemplo, quando o projeto não saiu como desejado ou a avaliação ficou aquém do esperado, a frustração é inevitável. É como se todo o esforço ruísse em milésimos de segundos. Entretanto, pessoas que desenvolvem o autoconhecimento e a inteligência emocional usam isso como combustível para aprimorar aquela ideia, estudar, corrigir erros, aprender e superar-se na próxima oportunidade.

Esses profissionais se decepcionam como qualquer um, mas a forma como fazem a gestão das emoções no trabalho é que faz a diferença. Essa habilidade impulsiona a vida pessoal e profissional, turbinando globalmente o potencial e trazendo resultados cada vez melhores.

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